Está a decorrer esta semana em Benguela o primeiro seminário do curso de formação permanente em saúde materno-infantil de enfermeiros, com a participação de 25 formandos oriundos de unidades sanitárias ligadas à diocese de Benguela (20) e unidades estatais (5).
Na próxima semana será a vez de um grupo similar de parteiras. Os cursos são conduzidos pela Cáritas de Angola e a Fundação Fé e Cooperação (FEC), no âmbito do Projecto Forvida – Formação para a Vida, em colaboração com as Dioceses e a Comissão Episcopal de Saúde da CEAST e com a certificação do Ministério da Saúde de Angola (MINSA). A produção de materiais didáticos e a supervisão científica é liderada pela Escola Superior de Enfermagem de São Francisco das Misericórdias (ESESFM, Lisboa).
No passado dia 18 de Setembro foi realizada a cerimónia de lançamento dos cursos em Luanda, tendo sido presidida pelo Sr. Diretor geral dos Recursos Humanos do MINSA, Dr. António Costa, e contado com a presença da Sra. Enf. Fernanda Cardoso, assessora do Sr. Ministro da Saúde, e da Sra. Dra. Maria Inês Leopoldo, chefe da seção de saúde reprodutiva da Direção Nacional de Saúde Pública. Nessa ocasião, o Dr. António Costa manifestou a relevância das formações no contexto da Estratégia de Redução da Mortalidade Materno-infantil em Angola e saudou a FEC, a Cáritas e a Igreja Católica de Angola pela iniciativa. Para além disso, encorajou os formandos a melhorar os seus conhecimentos e, sobretudo, as suas competências pondo-as ao serviço dos utentes das unidades de saúde, famílias e comunidades. Logo após esta intervenção, a Ir. Marlene Wildner, diretora geral da Cáritas de Angola, reforçou o sentido de urgência de se prestarem melhores cuidados de saúde às mães e crianças, que, apesar dos esforços crescentes, continuam a morrer, por vezes por ineficácia dos técnicos e outras por falta de condições materiais. O Prof. João Paulo Nunes, Director da ESESFM, referiu a importância deste projecto para a sua escola, cuja vocação original foi a formação de enfermeiros para trabalharem em Angola e outros países africanos de língua portuguesa, agora recreada e adaptada às necessidades e condições atuais. Seguiu-se a apresentação do contexto do projeto, do curso e do seminário, pelo representante da FEC em Angola, Nuno Macedo.
O curso de formação permanente em saúde materno-infantil para enfermeiros e parteiras desenvolver-se-á em 3 regiões diferentes – Luanda, Benguela e Huambo -, formando 75 técnicos de cada grupo, 25 técnicos por região, num total de 150 pessoas. Para além disso, serão também formados 75 gestores de igual número de unidades de saúde alvo, em gestão de saúde. Os cursos serão divididos em 4 seminários de 5 dias úteis, sendo que cada grupo terá um tempo de formação global de 140 horas, ao longo dos dois anos de projecto. Aos formandos bem-sucedidos será entregue, no final, um certificado de formação, devidamente acreditado pelas várias instituições, nomeadamente o MINSA. A formação será facilitada por técnicos formadores do projecto, dos Núcleos de Formação Permanente das Direções Provinciais de Saúde e ainda por técnicos formadores das Comissões Diocesanas de Saúde
Os objetivos fundamentais do projeto Forvida vão ao encontro dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, redução da mortalidade infantil (4) e melhoria da saúde materna (5). As aprendizagens e boas práticas identificadas ao longo do projeto serão discutidas e apresentadas num policy paper, a elaborar no final do mesmo, reforçando a cultura de partilha de informação e de coordenação entre os vários agentes que intervêm no sector da saúde em Angola.
O Projeto Forvida – Formação para a Vida é financiado pelo Camões – Instituto da Língua e da Cooperação (Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal), pela Direção-Geral de Saúde (Ministério da Saúde de Portugal), pela Fundação Calouste Gulbenkian e pelo banco Millennium Angola.