Os bispos dos países lusófonos afirmaram no comunicado final do XI Encontro, que decorreu de 21 a 27 de Julho, em Angola, que a evangelização deve ter uma “ligação profunda com a promoção humana” e a necessidade de “cooperação com outras Igrejas Cristãs e outras Religiões”.
“Cuidar da evangelização na sua ligação profunda com a promoção humana”, e “atender às situações de pobrezas, dando resposta a partir do estudo das suas causas e soluções, em diálogo constante com a sociedade e o Estado” são determinações dos bispos lusófonos referidas no comunicado final.
Os representantes das Igrejas em países de língua oficial portuguesa consideram que é necessário “continuar a fazer uma análise rigorosa e competente sobre as situações concretas em que a Igreja está profeticamente presente, irradiando com mais eficácia a luz transformadora do Evangelho de Cristo”.
Os bispos querem “encorajar a presença e ação dos leigos nas várias áreas de intervenção na sociedade, nomeadamente nos campos social, económico e político” e propor a organização da sociedade a partir da “dignidade da pessoa humana, bem comum, subsidiariedade e solidariedade”, os quatro “grandes princípios da doutrina social da Igreja”.
Afirmando a “dimensão ética na economia e na gestão”, os representantes das igrejas lusófonas desejam “promover organismos profissionais que se inspirem na doutrina social da Igreja, como, por exemplo, a Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE, Portugal) e a Associação Católica de Gestores e Dirigentes (ACGD, Angola)”.
Entre as propostas do XI Encontro de XI Encontro de Bispos dos Países Lusófonos está também determinação em que a “busca de soluções nos vários campos de presença na sociedade seja feita em cooperação com outras Igrejas Cristãs e outras Religiões, daí a importância do diálogo ecuménico e inter-religioso em vista de iniciativas comuns”.
Representantes das Igrejas de 8 países de lusófonos analisaram o tema “O papel transformador do Evangelho na sociedade de hoje, à luz da Evangelii gaudium”, numa conferência aberta que decorreu na Universidade Católica de Angola, e debateram “a realidade, os desafios, as urgências e as soluções” que a Igreja enfrenta nesses países.
“Continuar em estado permanente de missão”, desenvolver a “prática da caridade, como resposta social e caritativa da Igreja a todas as situações de carências e pobrezas” e promover uma “abertura da Igreja a todas as problemáticas da vida digna e plena para todos e em todas as fases da vida” são propostas dos bispos lusófonos.
No encontro, que terminou este domingo, os representantes dos episcopados dos países lusófonos afirmaram a necessidade da “defesa da paz e da justiça, da igualdade e da liberdade nos vários setores da vida da sociedade”.
Os últimos dias do Encontro decorreram em Benguela, onde participaram com grande alegria no jubileu de 50 anos de sacerdócio de D. Óscar Braga, que foi Bispo de Benguela de 1975 a 2008, aí fomentando as essenciais dimensões eucarística, mariana e missionária. Nesta diocese e em quase todo o país angolano, criou e promoveu relevantes projetos pastorais junto das crianças e dos jovens, dos casais e das famílias, das mulheres e dos idosos, e cuidou de modo especial e com todo o carinho das vocações sacerdotais, religiosas e laicais. Invocamos as maiores bênçãos de Deus para D. Óscar, em comunhão de ação de graças pela sua vida de Pastor tão dedicado ao povo e à Igreja em Benguela e em Angola.
O XII Encontro de Bispos dos Países Lusófonos vai decorrer em Aparecida, Brasil, de 23 a 28 de julho de 2016.
Fonte: Agencia eclesia